No contexto litúrgico deste dia, lembra-se
o rito de colocar cinzas sobre as
cabeças. Este rito tem origem bíblica e foi mantido pela igreja e tradição
cristã por causa do seu conteúdo amplo, rico e educativo que aponta para nossa
condição de pessoas pecadoras diante de Deus. Somos criaturas mortais e nos
conscientizamos de nossa fragilidade a fim de avaliarmos os rumos que envolvem
nossas vidas: “do pó ao pó” (Gn 3.19). Além disso, somos chamados a crer no
Evangelho de Jesus e em sua proposta de Reino, mudando nossa maneira de ver,
pensar, agir.
A Quarta-Feira
de Cinzas quer nos lembrar que a toda a vida do cristão é de humildade,
dependência e arrependimento. Uma boa maneira de se referir a esse dia está no ensino
luterano ao afirmar que “somos submissos
e pertencemos a Cristo em virtude de nos ter comprado com seu sangue. Assim, devemos
afogar diariamente o velho homem e a natureza pecaminosa em nós, por contrição
e arrependimento diários”.
Por que
cinzas? É para lembrar que, de fato, somos pó. Mas não reduzidos ao pó! A fé em Jesus
ressuscitado faz com que a vida renasça das cinzas. Quando o ser humano reconhece
sua condição de criatura realmente necessitada da ação de Deus, em Cristo e no
Espírito Santo, então Jesus Cristo faz brotar a vida de nossa condição mortal.
O Salmo (51.1-13) é
uma suplica profunda de um ser humano que reconhece e sente pesar por seus pecados
e que tem plena consciência dos seus pecados. Joel (2.12-19) usa
a trágica da praga dos gafanhotos para pregar o convite de Deus ao arrependimento
e perdão. Esse é o dia do Senhor. Na Epistola (2 Co 5.20b-6.10),
diante dos conflitos internos e das dificuldades de relacionamento com o
apóstolo Paulo, a igreja de Corinto é chamada a ser sinal vivo da reconciliação
entre Deus e o povo. Cristo faz-se pecado, um excluído por nós e nos reconcilia
com Deus. E o Evangelho (Mt 6.1-6; 16-21) recomenda de não agirmos com
a finalidade de sermos aplaudidos ou de queremos aparecer com nossas boas ações
e orações. (Lista Pastores da IELB - Aragão/2007).
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